Poesia à Campo Alegre de Lourdes
Poesia à Campo Alegre de Lourdes
Publicado em 01/01/2025 10:15
Aqui a Terra é mais árida
A mata é mais seca
O Sol é mais quente
O gado é mais magro
o menino é mais nu.
A seca longa e crua
Castiga a Terra
A Lagoa e os Barreiros secam
E o lavrador corre para capitá
Aqui não passa rio
Aqui não passa mar Aqui não há montanhas,
Nem pasto verde
Na terra fica difícil se plantar
E Campo Alegre de Lourdes
Mesmo sem ter rio
Mesmo sem ter mar
Sobrevive
Leva um tombo aqui,
E já está de pé acolá.
Luta contra seca,
Luta contra a fome,
E contra o que precisar,
São 28 anos apenas
Sua maturidade agora é que começa chegar.
Quem foi pra longe não resiste
E no dia 11 está sempre a retornar
Retorna trazendo mais gente.
Gente que se encanta e não se esquece de voltar.
Quem vem aqui no acaso,
Não é por acaso que volta.
É pelo calor desse povo,
Pelo jeitinho da baiana a dançar.
Pela brejeira, o beijú e o bode assado
Toda uma alegria que se espalha no ar.
Quem estuda fora sente falta
De início não liga, mas depois chora.
Lembra da família,
Dos amigos
Da vida tranquila
Dos passeios de bicicleta
Dos sábados de feira
Dos domingos calmos
E da lambada que rola no Dedé
Campo Alegre é cidade pequena
Mas seu povo é grande,
Sua gente e forte,
Sua luta é tamanha
Seu desejo de progresso
Seus filhos teimam em alimentar
Em frente heroica cidade Sertão
Dá teus passos mansos
Caminha de frente sem medo de cair.
Continua tua luta
Que teus filhos e outros torcem por ti.
Autora: Jackelene Rubem de Macêdo
por ascom