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Aqui a Terra é mais árida

 A mata é mais seca

O Sol é mais quente

 O gado é mais magro

o menino é mais nu.

 

A seca longa e crua

Castiga a Terra

A Lagoa e os Barreiros secam

E o lavrador corre para capitá

 

 Aqui não passa rio

 Aqui não passa mar Aqui não há montanhas,

 Nem pasto verde

 Na terra fica difícil se plantar

 

E Campo Alegre de Lourdes

Mesmo sem  ter rio

Mesmo sem ter mar

Sobrevive

Leva um tombo aqui,

E  já  está de pé acolá.

Luta contra seca,

Luta contra a fome,

E contra o  que precisar,

São 28  anos apenas

Sua maturidade agora é que começa chegar.

 

Quem foi pra longe não resiste

E no dia 11 está sempre a retornar

Retorna trazendo mais gente.

Gente que se encanta e não se esquece de voltar.

 

Quem vem aqui no acaso,

Não é por acaso que volta.

É pelo calor desse povo,

Pelo jeitinho da baiana a dançar.

Pela brejeira, o beijú e o bode assado

Toda uma alegria que se espalha no ar.

 

Quem estuda fora sente falta

De início não  liga, mas depois chora.

Lembra da família,

Dos amigos

Da vida tranquila

Dos passeios de bicicleta

Dos sábados de feira

Dos domingos calmos

E da lambada que rola no Dedé

 

Campo Alegre é cidade pequena

Mas seu povo é grande,

Sua gente e forte,

Sua luta é tamanha

Seu desejo de progresso

Seus filhos teimam em alimentar

 

Em frente heroica cidade Sertão

Dá teus passos mansos

Caminha de frente sem medo de cair.

Continua tua luta

Que teus filhos e outros torcem por ti.

Autora: Jackelene Rubem de Macêdo.